Pra fazer uma transição contundente e sustentável ao longo do tempo, há de mudar também a estrutura de pensamento.
Descolonizar o olhar. Sair da lógica linear com foco no objetivo e se abrir para uma percepção relacional e processual.
Se não, é só uma repetição mascarada de "novo". Um novo que repete os mesmos padrões de necessidade de garantia não é novo.
Novo é estruturar-se dentro, sem querer controlar o fora.
Novo é confiar no processo de autotransformação e permitir-se morrer para renascer do centro para as extremidades.
Novo é soltar o desejo por pseudo-segurança e dar chance para construir bases sólidas no imaterial: saber quem se é, nutrir relacionamentos nutritivos, conectar com o invisível e receber dele instruções.
Novo é ter sensatez de assumir o não saber, dar as boas vindas ao vazio e ter percepção sutil para sentir os primeiros cheiros do que chega.
Novo é confiar no que não se explica mas se entende.
Novo é deixar dissolver o que não mais serve à Vida.
Novo é correr o risco da liberdade.
Novo é saber que ser livre enquanto outros estão presos não é liberdade.
Novo é reconhecer a interdependência e a não separação entre todos os seres.
Tem tanto mais que é novo que ainda não conheço. Novo é tudo aquilo que ainda não sei e que já ressoa.
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