O que me tirou do Brasil em 2011 foi um TED sobre uma escola em Bali, a Green School, onde as crianças aprendiam com a natureza a criar um futuro possível na Terra. Tomada por um força que não conhecia, tive certeza de que trabalharia lá. Passei antes por Israel e chegando em Bali segui o planejamento feito no Brasil e passei um tempo como voluntária em um hotel holístico permacultural, o Jiwa Damai.
Nos primeiros dias, Bali já me trazia ensinamentos: planejamentos nos dão segurança, mas podem nos afastar da vida pulsante. “Quando uma vida é excessivamente controlada, há cada vez menos vida a controlar”, escreveu a mestra Clarissa Pinkola Estés em seu Mulheres Que Correm Com Os Lobos.
Assim foi. Passei algumas semanas naquele hotel querendo ser feliz. O entorno era perfeito, mas a felicidade não me habitava. Como assim? Em Bali, realizando um sonho, sem ser feliz? Era hora de romper com o planejamento e seguir o instinto. Em uma visita guiada à Green School, me ofereci pra ser voluntária e a única vaga que eles tinham era para alguém com exatamente a minha experiência profissional. Minha intuição de que eu viveria a Green School de perto se concretizava.
Passei os 4 meses seguintes aprendendo sobre uma educação possível e desejável com os poros do meu corpo. Salas sem paredes, aprendizados observando os ciclos da natureza, dias que começavam com meditações, crianças brincando na lama, uma comunidade de pais engajados em negócios regenerativos.
Fora da escola, yoga, veganismo, passeios em templos hindus de tirar o fôlego, aprender a andar de moto, praias paradisíacas, meditação, círculos de mulheres, aprendizados sobre partos humanizados, vivenciei a aprendi sobre temas pouco difundidos naquele momento no Brasil.
Verdes, infinitos tons de verdes, cerimônias para deuses e deusas. sorrisos, lágrimas e olhares sinceros.
Bali é a ilha da espiritualidade ancestral. Vivi experiências que a mente racional não cuida de explicar.
Um tempo de cura, beleza e liberdade, durante o qual se firmou em mim a necessidade de me engajar na regeneração da vida na Terra através de comunicar o que vivo, sinto e sei. Comecei a reconhecer meu tamanho real, a saber distinguir a voz da intuição e a escutar a fé que me habita.
Depois de Bali, passei a reconhecer — e fazer — magia.
Como foi que você se abriu e segue se abrindo para perceber a magia da vida?
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